Ao fim de 8 anos regressámos às Fragas de São Simão. Estão na mesma. Cuidadas e de espaços asseados. Já lá existe um café de apoio às piscinas, onde descansámos antes de fazer aquela subida até ao Casal de São Simão a típica aldeia de xisto de apenas uma só rua e que mantém a sua identidade.
Foi dali que iniciámos o percurso. No sentido contrário aos ponteiros do relógio, direcção que aconselhamos. Na página do Município de Figueiró dos Vinhos o percurso apresenta uma distância de 5,1km mas não está actualizado com a inserção dos passadiços.
O Casal de São Simão está na mesma. Ruas limpas e sem aspecto de alargamento de casas, mantém as mesmas cuidadas. Saídos da aldeia levamos sempre a descer até à Ribeira do Fato, por entre mata de sobreiros, troço que requer algum cuidado devido à inclinação do terreno. Pela primeira vez observámos orquídeas portuguesas, pequenas mas muito bonitas e cheirosas, de cuja fotografia inserimos no fim. Após passarmos a pequena ponte de madeira, acompanhamos a ribeira no seu percurso até encontrarmos a variante do trilho PR1.1 que reduz a distância até às Fragas. O trilho está todo bem sinalizado mas aqui falta melhor indicação e só por levarmos o traçado no telemóvel nos apercebemos que tínhamos de descer para seguir o traçado da Ribeira de Alge. Por ai nos mantivemos até alcançar a povoação da Ponte de Brás Curado, após a subida até Saonda, onde um cão nos esperava que, embora preso, se fazia ouvir. Ele e os seus donos ali conversavam por entre o cheio a fumo de lenha queimada. Esta zona do percurso, tipicamente irregular, de altos e baixos e raízes expostas, é de progressão fácil pese embora algumas precauções técnicas face a pequenos deslizes de terra em zonas mais altas. Se não forem tomados cuidados de manutenção as próximas chuvas farão o seu trabalho de erosão o que poderá impossibilitar a passagem.
Passado a ponte, ficámos impossibilitados de prosseguir a rota assinalada, devido a obras numa casa pelo que tivemos que nos manter em estrada larga. Cerca de 500m mais à frente retomámos a levada, descendo novamente para tocar no rio e percorrer o troço à sua quota, aquele que consideramos o mais fresco, confirmado pela frondosa vegetação. Frescura que fomos largando para subir até à povoação de Além da Ribeira onde tomámos a estrada de alcatrão até quase às Fragas de São Simão.
Uma novidade para nós foi o Passadiço das Fragas inaugurado na primavera de 2020. Optámos por fazer a subida até ao Miradouro de São Simão, pela estrada de alcatrão. Mas há quem o faça por aquela imensa escadaria. Chegados lá acima, e após um breve piquenique à sombra de uma árvore, apreciámos as fantásticas vistas de todo aquele vale cársico e das abruptas escarpas, e iniciámos a descida da longa escadaria através da garganta da Ribeira de Alge até às Fragas.
Estava um tempo quente, e enquanto alguns se refrescavam nas Fragas nós descansámos e refrescamo-nos na esplanada do café de apoio aos poucos banhistas que já se atreviam nas águas, sempre frias. Com o corpo recuperado iniciámos a exigente subida até ao ponto de partida.
É um percurso que exige algum esforço físico face aos desníveis que se verificam em distancias curtas. Nomeadamente a subida aos passadiços e a das Fragas até ao Casal de São Simão. Ainda assim todo o percurso é bom de se fazer e aconselhado.
As cores, nesta altura, são lindíssimas.
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