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Mensagens

A mostrar mensagens de maio, 2020

Aldeias de Xisto PR3 e PR4 (20/11/2018)

E o Xisto realçou os seus sentidos https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/pr4-aldeias-do-xisto-lousa-26518469

Rota da Levada e dos Sucalcos (30/12/2018)

Se em algum dia conseguir expressar o que sinto nestes lugares posso morrer sem medos. Tento-o sempre baixinho não vá a morte resgatar-me à felicidade. A serra tem estes desfechos até em lugares onde a luz do sol tem medo de entrar. Na aldeia onde reza ser a primeira com iluminações de natal led, o caldo verde fez jus à couve serrana em final de caminho, num pequeno espaço quadrado que o xisto comprimia. A um dos cantos uma jovem quase bem-parecida tirava selfies sem profundi dade como se o mundo fosse acabar de seguida. Depois de tudo, pensei, só pode ser uma manifestação do vazio, prenúncio do resgate da morte. Interrompi a apneia quando reparei na frase do pacote de açúcar colocado estrategicamente à minha frente, que profetizava: “O canhão da Nazaré está pronto a disparar”. https://pt.wikiloc.com/trilhas-trekking/rota-levada-e-socalcos-em-cabeca-14392543

Aldeia da Pena

Cá do alto tudo parece igual. A estrada mantém-se íngreme e estreita interrompida no olhar apenas pelas árvores que escondem os ziguezagues das curvas apertadas. A cor negra dos telhados contínua uniforme sem se deixar destoar. Descubro mais á frente que me falta o nevoeiro e o frio. O sol e a frondosidade das árvores diminuem a rudeza do caminho e a importância do espaço. As filhas do casal que ali explora o único restaurante mantêm-se sentadas exactamente no mesmo canto a f azer diferentes trabalhos de casa igualmente em cadernos exemplarmente escritos e conservados como se o tempo tivesse parado entre as minhas memórias, uma coincidência que me faz sentir dois anos mais novo. A antiga porta estreita foi trocada por uma frondosa abertura que melhor deixa passar o sol e, talvez por isso, tenha sentido a falta do nevoeiro que ao ir-se embora levou consigo os enormes garrafões de vidros que conservavam e exibiam as chouriças em azeite. Aqui e ali dou conta das disputas que

Drave

Em Drave a água bebe-se dos ribeiros. Em Drave não se julga ninguém. Apenas se adivinha a agrestia de quem lá viveu. Em Drave não somos escravos do tempo. Apenas do silêncio.

A minha vida interior e os Diabo na Cruz

Ontem assisti ao fim de uma banda em palco. A morte, ainda que anunciada, tem momentos de rejubilo e de entrega difíceis de compreender. Fiz um exercício. Fechei os olhos e recuei. Reencontrei pessoas e momentos que obrigaram a emocionar-me. Quem seria eu hoje se o caminho não tivesse sido atravessado por sentimentos de gratidão? Consigo visualizá-los em todos os ciclos fugindo à tirania de os tornar irrelevantes e indiferentes ao tempo. Sem os procurar governam a minha vida interior como um Diabo na Cruz. 19/10/2019